terça-feira, 4 de março de 2014

MML NO CARNAVAL PELO FIM DA VIOLÊNCIA À MULHER

Sem dúvida as jornadas de Junho de 2013 abriram um novo momento político no Brasil. As manifestações contra o aumento das tarifas de transportes em São Paulo inspiraram várias cidades do país e as pautas de reivindicação foram sendo ampliadas. Milhões de jovens e trabalhadores foram às ruas exigindo menos gastos na Copa e mais investimentos na saúde e educação. Paralisações importantes da classe trabalhadora em 11 de julho e 30 de agosto, greve histórica de professores no Rio de Janeiro, Rolezinho, Ocupações William Rosa, em Belo Horizonte, e Esperança, em Osasco, várias passeatas contra os gastos da Copa demonstram a disposição dos de baixo para a luta. Mais uma prova disso, estão dando os garis do Rio de Janeiro que, em pleno carnaval e com palavras de ordem como "diga lá para o prefeito que eu não vou varrendo" ou "o prefeito quer fazer copa, nós queremos fazer compras", constroem por fora do sindicato da categoria uma greve que já é vitoriosa. 
Com a mesma disposição de luta, várias regionais do MML organizaram blocos de carnaval para denunciar a situação de violência a que estamos submetidas, especialmente no período do carnaval, em que o número de agressões e o assédio sexual e a exploração sexual de mulheres aumenta de forma considerável. Denunciam também o descaso dos governos que não investem em políticas para o enfrentamento da violência à mulher. O governo Dilma, em três anos de mandato, investiu apenas R$ 0,26 por mulher. O resultado disso é milhares de mulheres assassinadas, estupradas e agredidas todos os dias. Como aconteceu com nossa companheira Sandra Fernandes, em Recife, brutalmente assassinado pelo namorado. 
No Maranhão não é diferente, milhares de mulheres sofrem com a violência doméstica e sequer tem a possibilidade de denunciar. Temos apenas sete delegacias especiais da mulher, não temos casas abrigo e apenas 02 varas especializadas. Para denunciar esta situação, o Bloco Mulheres em Luta saiu às ruas de São Luís, no último sábado, exigindo da governadora Roseana Sarney o investimento necessário para que as mulheres realmente possam viver sem violência. Saímos junto com o Bloco da Lagosta, bloco irreverente que desde o pré-carnaval vem denunciando o uso de dinheiro público para custear os banquetes, regados à lagosta, caviar e champanhe, no Palácio do Governo, além de questionar a contratação da empresa Marafolia, do grupo Sarney, para organizar o carnaval de São Luís. É uma farra de dinheiro público. Embora tivéssemos negociado nossa participação no circuito oficial de carnaval, organizado pela Secretaria Estadual de Cultura, fomos vetados, pois nossos cartazes e faixas não estariam de acordo com o clima do carnaval dos sarneys. Mesmo assim, saímos com nosso bloco pelas ruas que não foram privatizadas para o carnaval de Roseana, chamando a atenção da população para a necessidade de combatermos a violência contra a mulher. 
 


 

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